domingo, 1 de agosto de 2010

Valores



Quando eu era pequena, minha mãe e meu pai me diziam algumas coisas que ficaram marcadas em minha memória. Lembro que papai dizia: - minha filha, seja gentil as pessoas, respeite os idosos e nunca se esqueça das palavrinhas mágicas: obrigado e por favor. Confesso que sempre levei isso muito forte comigo, não suporto má educação, odeio injustiça e ainda mais com os mais velhos. A minha educação nunca foi muito rígida por parte de mãe, sempre tive os dois lados, uma mãe mais liberal e um pai mais rígido, também pudera, coronel da polícia militar... Aprendi bem a lidar com a palavra limite mas logo cedo descobri a palavra liberdade... O problema é saber lidar com as duas coisas: limite e liberdade. Confesso que fui precoce na minha adolescência, sempre fui muito curiosa com tudo, principalmente com as pessoas, conheci todo tipo de gente quando morei em Brasília. Nada melhor do que conhecer gente na capital do país, lá você entende bem o que é uma mistureba cultural. Desde do Reggae até a festa mais fina na casa do filho do deputado. Quanta discrepância, meu Deus! Os valores daquela época não mudaram muito até os dias de hoje, até porque não faz muito tempo, mas confesso que aos meus 23 anos levo uma vida diferente daquela de 5 anos atrás. Hoje vejo um mundo mais descrente, um mundo mais artificial e cheio de medo. Hoje as pessoas sentem medo. Medo de sei lá o que, medo de viver. Os valores estão mudando cada vez mais... o que era certo ontem, hoje é careta, é cafona. O que é errado hoje, é moderno. O grande problema é que as pessoas estão se preocupando mais com o exterior, com o aparente, esquecem do seu próprio conteúdo, da sua essência. Esquecem daquela educação dada, esquecem do outro, do próximo. Sinto pena por essas pessoas, pena sim. Porque a melhor educação quem da é a vida. E como dizia meu pai: - o que não se aprende em casa, aprende lá fora de uma maneira muito mais cruel e dolorida.



O brilho das pessoas estão enrustidos dentro de uma caixinha no freezer, as pessoas estão mais frias do que inverno no polo norte. O pior é quando essa frieza vem de dentro, porque o de o fora a gente até entende que pode ser uma ¨defesa pessoal¨. Quando a frieza vem de dentro subentende que esse valor frio já é de si. Fico me perguntando de como deve ser ruim não ser a gente mesmo e viver a vida feito uma peça teatral, encenando o tempo todo. Aprendi que ser espontâneo é um dom, talvez um dos mais belos, é o que faz cada momento ser ele mesmo.


Os valores estão se perdendo em pequenos gestos que deveriam ser grandes. A falta de amor e atitudes sinceras agora é um estado de espírito das pessoas. Talvez é hipocrisia minha falar desses ¨valores¨impostos, cada um é cada um, e eu entendo que cada educação é dada de uma maneira diferente, mas o que quero dizer que é preciso olhar o outro com mais cuidado, não olhar só para o que se pode ver, mas olhar com todos os sentidos, com a leveza,com corpo e alma!

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